Uma das preocupações que atingem várias grávidas é o diabetes gestacional. Ele pode acontecer em qualquer mulher e nem sempre apresenta sintomas – daí a importância de realizar o exame de curva glicêmica para gestante.
Relativamente simples de ser feito, o exame é extremamente importante e por isso integra a lista das análises obrigatórias dos pré-natais. Quer saber mais sobre ele? Siga conosco!
Para que serve o exame de curva glicêmica?
O exame de curva glicêmica também pode ser conhecido por outros nomes, como teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Ele é indicado para auxiliar no diagnóstico de diabetes, pré-diabetes, resistência à insulina e outras alterações relacionadas às células pancreáticas.
Para as grávidas, a curva glicêmica é um dos principais exames capazes de detectar a diabetes gestacional. A análise é feita a partir da concentração de glicose no sangue em jejum e após a ingestão de um líquido açucarado fornecido pelo laboratório.
Como é o exame de curva glicêmica gestante?
O exame de curva glicêmica para gestante normalmente é solicitado entre a 20ª e a 24ª semana, para averiguar uma possível diabetes gestacional ou diabetes tipo 2. Se o médico julgar necessário, poderá solicitar o exame novamente mais para o final da gestação.
Para fazer essa análise, você deve ir até o laboratório em jejum de 8 a 14 horas (essa indicação pode variar dependendo do laboratório, por isso a dica é conferir antecipadamente as orientações). O exame deve ser feito pela manhã e não é permitido realizar exercícios físicos antes, pois eles podem dar alterações nos resultados.
Também é importante não ingerir determinados medicamentos no dia do exame. Então, sempre confira com o laboratório quais são esses medicamentos e informe se você faz uso de algum regularmente.
O procedimento se inicia com a coleta de sangue em jejum. Na sequência, você beberá um líquido açucarado fornecido pelo laboratório, parecido com um xarope. Após um período, será feita uma nova coleta de sangue – com intervalos de acordo com a orientação do médico.
Você terá de permanecer no laboratório durante esse. Em alguns casos, além do sangue, também há coleta de urina nos intervalos estipulados para o seu exame. Essas indicações são feitas pelo seu médico.
Normalmente, são realizadas 3 coletas de sangue até completar 2 horas após a ingestão da bebida. Mas, em algumas situações, o médico poderá solicitar dosagens extras até as 2 horas.
É importante levar um acompanhamento, pois, como você ficará bastante tempo em jejum, poderá sofrer tonturas ou ficar nauseada e não conseguir dirigir de volta para casa, por exemplo.
Qual o resultado normal para o exame de curva glicêmica?
Um exame normal de curva glicêmica para gestante tem os seguintes valores de referência:
- em jejum, a glicose sanguínea deve estar abaixo de 100 mg/dL;
- após 2 horas da ingestão do líquido com glicose, os valores sanguíneos devem ser de até 140 mg/dL.
Resultados superiores a 200 mg/dL podem ser considerados quadros de diabetes e exigem a investigação precisa do seu médico. Pode ser que ele solicite novos exames para confirmação dos dados.
De um modo geral, um exame de curva glicêmica para gestante normal é aquele com valores inferiores a 140 mg/dL. Uma tolerância diminuída a glicose apresenta valores entre 140 à 199 mg/dL e valores acima de 200 mg/dL indicam diabetes.
No caso da tolerância diminuída a glicose, há um risco alto de desenvolvimento de diabetes, podendo ser considerada uma pré-diabetes, por isso já deve haver o acompanhamento médico.
O que é diabetes gestacional e por que me preocupar com ela?
Durante a gestação, a mulher sofre uma série de alterações hormonais, inclusive uma maior produção de insulina, responsável por transportar a glicose dos alimentos até as células.
Esse fato ocorre mais intensamente no último trimestre da gravidez, quando a mulher necessita de uma ingestão maior de carboidratos para o adequado desenvolvimento do bebê.
Porém, os demais hormônios liberados pela placenta podem atrapalhar esse processo, obrigando o pâncreas (glândula produtora de insulina) a trabalhar dobrado. Nem sempre, contudo, esse esforço extra é suficiente, o que significa um excesso de açúcar circulando na corrente sanguínea – e surgindo, assim, o diabetes gestacional.
Para a saúde do bebê, o diabetes gestacional é um risco, pois ele receberá muita glicose pela placenta, sobrecarregando o pâncreas do feto. As sobras de açúcar se transformam em gordura e o bebê ganha mais peso do que o necessário.
Depois que a criança nasce, ainda corre mais risco de desenvolver hipoglicemia. O excesso de hormônio atrapalha a absorção de potássio, magnésio e cálcio. O diabetes gestacional também aumenta o risco de icterícia e parto prematuro.
Fatores de risco
São fatores de risco para a diabetes gestacional: gestação em idade mais avançada, ganho de peso excessivo durante a gravidez, triglicérides e colesterol alto, sobrepeso ou obesidade, síndrome dos ovários policísticos, gravidez de gêmeos, histórico familiar de diabetes ou já ter tido diabetes em outras gestações.
Sintomas
Nem sempre o diabetes gestacional apresenta sintomas. Em alguns casos, a grávida poderá apresentar vontade frequente de urinar, cansaço, ganho de peso, visão turva e muita sede.
Tratamento
Além do exame de curva glicêmica para gestante, outros hábitos ajudam a prevenir o diabetes gestacional, como manter uma dieta equilibrada e praticar exercícios físicos. Caso você seja diagnosticada com esse tipo de diabetes, deverá ter atenção redobrada à dieta e seguir à risca as orientações do seu obstetra.
A sua alimentação deverá ser orientada por um nutricionista, dando preferência à alimentos com baixo índice glicêmico, como as frutas com casca e a aveia, ajudando a reduzir a quantidade de açúcar e os carboidratos simples da sua alimentação.
Pode ser recomendado, por exemplo, que você aumente o consumo de grão integrais, carnes magras, peixes, oleaginosas, leite e derivados e sementes. Além disso, você precisará monitorar a sua glicemia, tanto em jejum como após as refeições, controlando melhor os níveis de glicose no sangue.
Junto da alimentação balanceada, o seu obstetra poderá lhe prescrever exercícios físicos, desde que você seja liberada para realizá-los. Os exercícios ajudam a reduzir a glicose, mas é importante sempre fazer as atividades com orientação profissional.
Em alguns casos, quando essas medidas não surtem efeitos, pode ser necessário o uso de medicamentos, como hipoglicemiantes orais ou insulina.
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